O Sapo e a Raposa (continuação)
Discutiram ambos por algum tempo e no final o sapo fingiu que cedia. À hora marcada a raposa dirigiu-se para a eira de corrida. Quando chegou ali, já o sapo tinha o trigo metido nos sacos.
- Mas como andou o meu compadre tão depressa? – observou despeitada, a raposa.
- Fiz das pernas coração, comadre – respondeu o sapo, mas como sou muito seu amigo, cedo-lhe de boa vontade toda a palha, embora não entrasse no contrato.
A raposa, de bico caído, aceitou a proposta e dirigiu-se para o monte de palha a experimentar se estava bem moída. Salta de lá o cão e deu-lhe tamanha corrida que a raposa morreu arrebentada.
O Sapo e a Raposa, in Fiz das Pernas Coração: Contos Tradicionais Portugueses, 2000